sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

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TIRIRICA: A DECEPÇÃO DO PALHAÇO


ELEITO COMO PALHAÇO,
TIRIRICA VIROU AMESTRADO

Tiririca  conviveu em silenciosa harmonia com engolidores
de verbas, ilusionistas orçamentários, trapezistas morais
e malabaristas ideológicos

Por Josias de Souza
https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/
08/12/2017 | 03:56


O deputado Tiririca estava errado. Ficou provado: pior, fica. Na campanha de 2010, Tiririca pediu votos assim: “O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim, que eu te conto.'' Desgostoso com a política, ele subiu à tribuna da Câmara para anunciar a intenção de abandonar o circo parlamentar. Fez cara de nojo. Mas tranquilizou os colegas: ''Jamais vou falar mal de vocês em qualquer canto que eu chegar. E não vou falar tudo o que eu vi, tudo o que eu vivi aqui. Mas eu seria hipócrita se eu saísse daqui e não falasse realmente que tô decepcionado com a política brasileira, com muitos de vocês. Muitos!”

Tiririca passou dois mandatos testemunhando números do elenco do Legislativo. Conviveu em silenciosa harmonia com engolidores de verbas, ilusionistas orçamentários, trapezistas morais e malabaristas ideológicos. Em meio a tanta diversidade, reciclou-se. Era apenas um palhaço. Tornou-se um ser amestrado. Seu domador foi o ex-presidiário Valdemar Costa Neto, que integrou a bancada da Papuda no escândalo do mensalão. Trata-se de um político do tipo que, quando o circo pega fogo, corre para a bilheteria.

Idealizador da candidatura de Tiririca, Valdemar não enxergava um palhaço na cara de sua cria. Ele via cifrões. Com a montanha de votos que recebeu, Tiririca arrastou para a Câmara mais três deputados. Vitaminando a bancada, fez crescer a fatia do PR no rateio da verba do Fundo Partidário. E quem cuida da caixa registradora é Valdemar. Num ambiente assim, tão mercantil, o palhaço amestrado tem milhões de razões para descumprir a promessa de contar aos seus eleitores o que fazem os deputados. Seu depoimento poderia soar como uma autodelação. Sem prêmio.

''Estou saindo triste pra caramba, muito chateado com a política e o nosso Parlamento'', discursou Tiririca. ''É uma vergonha muito grande.'' O orador disse que anda de “cabeça erguida”. Munido de autocritérios, acha que cumpriu com as suas obrigações. Jactou-se de ser um dos deputados mais assíduos da Câmara. Lamentou que um deputado tenha que trabalhar muito, para produzir pouco.

Vivo, Sérgio Porto acomodaria nos lábios de Stanislaw Ponte Preta, o colunista genial criado por ele, um comentário sobre a assiduidade e a produtividade de Tiririca. Algo assim: “A função de certos parlamentares é a de acordar mais cedo para passar mais tempo sem fazer nada.” Quem acreditou piamente não pode piar. Recomenda-se um nariz vermelho, um colarinho folgado, sapatos grandes e lágrimas de esguicho.



SOB CERCO, LAVA JATO
RESTITUI DINHEIRAMA ROUBADA




Noutros tempos, dinheiro roubado do Estado era como pasta de dente que sai do tubo. Colocar de volta era algo impensável. A Lava Jato criou um novo paradigma. A verba surrupiada —ou parte dela— agora faz o caminho de volta. O Ministério Público Federal devolveu R$ 653,9 milhões para a Petrobras.

No total, já retornaram aos cofres da estatal R$ 1,47 bilhão. E a cifra pode aumentar para R$ 10,8 bilhões. Isso, evidentemente, se a aliança entre políticos desonestos e magistrados desconexos não atrapalhar a formalização de acordos de delação dos corruptos e de leniência das empresas corruptoras.

Se os últimos acontecimentos provam alguma coisa é que não se deve subestimar o complô suprapartidário que se montou contra o combate à corrupção no Brasil. Congelam-se investigações contra Temer e seus ministros, transfere-se para o Senado o poder para livrar a cara de Aécio, trama-se no Supremo facilitar a vida de condenados em segunda instância, como Lula está prestes a se tornar.

Há dois caminhos possíveis. Num, recupera-se o dinheiro roubado. Noutro, restaura-se a impunidade. E o último a sair rouba a luz. (JS)


CÚPULA DO PSDB PREFERE
CONVENÇÃO SEM AÉCIO

2 - AecionevesPSDB

A decisão do ministro Marco Aurélio Mello de autorizar a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Aécio Neves espalhou constrangimento pelo ninho tucano. Integrantes da cúpula do PSDB gostariam que o senador fizesse ao partido o favor de não dar as caras na convenção nacional marcada para este sábado.

Até a noite desta quinta-feira, Aécio não se dera por achado. Mas um pedaço expressivo do tucanato torce para que o senador mineiro tenha suficiente presença de espírito para perceber a importância da sua ausência de corpo. Avalia-se que, faltando-lhe o bom senso, Aécio corre o risco de ser vaiado no encontro que aclamará Geraldo Alckmin como novo presidente do PSDB. (JS)

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