segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

POLÍTICA/OPINIÃO: O ANTAGONISTA

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SPONHOLZ

POR QUE LULA ESTÁ
NA FRENTE DAS PESQUISAS

Por O ANTAGONISTA
02.12.17 | 23:07

A pesquisa Datafolha indica que Lula está conseguindo atingir dois objetivos:

— Manter o terço de eleitores lulistas, independentemente das evidências de que o PT se transformou em organização criminosa sob o seu comando. É esse terço que, pela pesquisa, o leva ao segundo turno. Lula reina absoluto como o caudilho da esquerda brasileira e, para manter-se nessa posição, conta com aquele grau de irracionalidade que parece ser mais alto na política nacional do que em outras latitudes;

— Dissociar-se do desastre econômico causado por Dilma Rousseff, a sua criatura, prometendo a bonança dos anos em que foi presidente. O crescimento sob Michel Temer é pífio e nada garante que será suficiente, até o final de 2018, para fazer diferença para a imensa maioria dos cidadãos que perderam emprego e renda;

— Vitimizar-se, como se fosse perseguido pela Justiça e pelo sistema político. A vitimização teve o impulso da proteção dada a Michel Temer, na Câmara dos Deputados, e a Aécio Neves, no Senado, para não falar do STF. Aos olhos de milhões de cidadãos, quando o assunto é corrupção, é como se houvesse dois pesos e duas medidas em Brasília, no tratamento dispensado ao PT, em relação a PMDB e PSDB.

Lula ainda se beneficia, neste momento, da fraqueza dos seus oponentes tradicionais. Quando boa parte dos brasileiros queria alguém novo, foi-lhes oferecido o velho — e o que parecia ser novo, como João Doria, ficou velho rapidamente. Velho por velho, muitos eleitores preferem um velho que, na sua opinião, já foi testado e, como dissemos, lembra bons tempos e interpreta com sucesso o papel de vítima. É nesse vácuo que Lula tece alianças, nos grotões, com os mesmos grupos oligárquicos que, considerados ”golpistas” no impeachment de Dilma Rousseff, voltaram a ser seus aliados, para manter-se no poder. É nesse vácuo que Lula tentará vender-se de novo como o “Lulinha Paz e Amor” para o mercado e a classe média.

Por último, mas não menos importante, há Jair Bolsonaro. O mais vistoso polo anti-Lula causa desconfiança nos 20% de eleitores, aproximadamente, que não votariam no petista no primeiro turno, mas que o escolheriam no segundo turno, caso a disputa fosse com Bolsonaro. Para isso, concorrem tanto a demonização do candidato pela imprensa, como os rompantes passados e presentes dele próprio. O desafio de Bolsonaro, e não só para enfrentar o petista, é suavizar a sua imagem e discurso, o que ele vem tentando fazer, além de reunir apoio partidário que lhe dê mais estrutura e tempo de televisão.

Tal é o retrato deste instante, a julgar pelos dados do Datafolha. Pesquisa é pesquisa, e elas não têm acertado muito. Não é impossível, por exemplo, que um contingente expressivo de eleitores esteja com receio de declarar voto em Bolsonaro. Existem, evidentemente, outros fatores que poderão contar para que o resultado nas urnas, daqui a menos de um ano, seja diferente dos projetados hoje. O principal deles, evidentemente, é Lula ser condenado em segunda instância e vir-se impedido de disputar a eleição. Nesse caso, ao que tudo apenas indica, já que estamos de volta às pesquisas, Marina Silva será a maior beneficiada.

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