quarta-feira, 30 de novembro de 2016

CHÁ DAS CINCO: ALICE RUIZ

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DREAMSTIME.COM





Neve ou não neve

onde há amigos

a vida é leve



***



Que viagem

assim que você chega

a abóbora vira carruagem



***



quem ri quando goza

é poesia

até quando é prosa



***



Cada onda

reflete na areia

a nova lua cheia



***



janela que se abre

o gato não sabe

se vai ou voa



***



por uma só fresta

entra toda a vida

que o sol empresta



***



amigo grilo

sua vida foi curta

minha noite vai ser longa

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WWW.ESTILO40.COM



Alice Ruiz nasceu em Curitiba (PR), em 1946. O contato com a literatura aconteceu logo cedo: aos 9 anos Alice já escrevia contos; aos 16, versos. Dez anos depois publicou alguns poemas em jornais e revistas culturais; aos 34, publicou seu primeiro livro.



Casou-se com o poeta Paulo Leminski, em 1968. Do casamento também surgiu outra parceria. Alice e Leminski integraram o grupo musical “A chave”. Alice tem mais de 50 músicas gravadas por parceiros e intérpretes. Além disso, a autora já publicou 15 livros, entre poesia, traduções e história infantil.



Os escritos de Alice lhe renderam vários prêmios, como o Jabuti de Poesia, de 1989, pelo livro “Vice Versos”.



FONTE: UOL PENSADOR



sábado, 26 de novembro de 2016

CADA UM COME O SEU...


O caipira tinha dinheiro de sobra, gostava de ostentar seus carrões, roupas de grife e correntes de ouro, não abria mão de frequentar restaurantes caros. Mas não gostava de passar por jeca – sejamos francos: ninguém gosta de passar por jeca, ainda mais se for jeca.

Certa feita, nosso matuto veio para a capital a negócios. Resolveu jantar num restaurante chique. A desgraça é que ele não tinha a menor ideia do que pedir para comer e beber. Não entendia o que estava escrito, em francês, no cardápio. Escolheu sua mesa a dedo. Ao lado da mesa de um grã-fino.

-- Garçom, me traga o prato de sempre – pediu o bacana, frequentador assíduo da casa.

O caipira não deixou por menos:

-- Dois.

O bacana pediu ao garçom “o vinho de sempre”.

E o caipira:

-- Dois.

Nosso jeca foi nessa batida até a hora da sobremesa. O bacana estava a ponto de estourar. E estourou:

-- Garçom, isso aqui está insuportável. Quero o manobrista.

-- Dois, pediu o caipira.

-- Escuta aqui, cidadão: um manobrista dá para os dois.

O caipira retrucou:

-- Nada disso! Cada um come o seu.
(OS-FEVEREIRO DE 2015)
  
  

CHARGES DO DIA


 
SPONHOLZ



Charge do dia 26/11/2016 
MIGUEL - JORNAL DO COMMERCIO (PE)



Temer Abismo eleitor Geddel pendurado corda ou ele ou eu gravacao 3 
AMARILDO



 
PAIXÃO - GAZETA DO POVO (PR)


SPONHOLZ 



Charge (Foto: Antonio Lucena)
ANTÔNIO LUCENA - BLOG DO NOBLAT



Charge (Foto: Chico Caruso)
CHICO CARUSO - O GLOBO 



 
ALPINO 



 
PAIXÃO - GAZETA DO POVO (PR)



 
SPONHOLZ


POLÍTICA/OPINIÃO: JOSÉ CASADO



Multidão (Foto: Arquivo Google)
IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE



ESTA É UMA CRISE QUE TEM DONO

Na gênese do problema está um presidente avesso a conflitos,
cujo maior problema são os amigos. Eles são muitos,
especialmente no Congresso

POR JOSÉ CASADO
EM O GLOBO

O nome dele é Michel Temer. Ela não começou e nem deve terminar na de- missão do sexto ministro, em seis meses. Sua origem está na aversão do presidente ao conflito. Aos 75 anos, Temer já viu quase tudo na política contemporânea: golpes, contragolpes, ditadura, eleições diretas, indiretas e dois impedimentos presidenciais.

Sobreviveu, preservando-se no limite da equidistância. A exceção foi no último impeachment. Com apoio de amigos como Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Eduardo Cunha, comandou o roteiro da cerimônia de adeus de Dilma Rousseff, tornando-se usufrutuário da cadeira presidencial.

Anteontem, ao revisar a nota oficial do governo sobre a demissão e o depoimento à polícia do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, Temer fez questão de destacar uma frase: “O presidente buscou arbitrar conflitos entre os ministros e órgãos da Cultura.”

Nessa dúzia de palavras transparece algum apreço pela taramelaria, porque, no caso, não havia resquício de conflito de interesse público “entre os ministros e órgãos” a exigir arbitragem do presidente da República. Existia, sim, um confronto entre as prioridades pecuniárias de um incorporador imobiliário privado — ocasionalmente, com o botão de ministro da Secretaria de Governo na lapela — e as de um organismo federal que há 80 anos é responsável por uma política de Estado, a preservação do patrimônio cultural.

A demissão do ministro pode encerrar o episódio e o inquérito policial decorrente. Durante seis meses, o ex-deputado baiano, com o sorriso pleno das gordas bochechas que distendiam a vasta papada branca sobre o colarinho, predominou nas fotografias e nos bastidores do governo do “querido amigo”, como qualificou na carta ao presidente.

A despedida de Geddel, porém, não liquida a crise, porque o nome dela é Temer. Na gênese está um presidente avesso a conflitos, cujo maior problema são os amigos. Eles são muitos, especialmente no Congresso, onde alguns reivindicam seu discreto apoio em causa própria — como demonstram as opacas negociações conduzidas pelo presidente da Câmara sobre a anistia ao caixa dois, simultâneas às dirigidas pelo presidente do Senado sobre a permissão à repatriação de dinheiro de origem questionável pelos parentes de políticos.

O caso Geddel sugere que a Temer muito custará conservar os amigos, porque governa com eles — e o poder do “querido amigo” presidente nem sempre será suficiente para contentá-los.


A ARTE DE SIMONE GRECCO



 
MARIA FUMAÇA (2010)


 
SAPATINHO VERDE (2010)


 
SEM NOME (2010)


 
MARIA FUMAÇA (2010)


 
(2010)



SEM NOME (2010)


 
SEM NOME (2010)

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SIMONE GRECCO

Formada pela Faculdade de Belas Artes
de São Paulo (1972)  e com diversos cursos
de especialização nos Estados Unidos,
Simone Grecco é uma artista plástica –
mestre em esculturas em arame –,
cuja obra é admirada no Brasil e no exterior.
Para entrar em contato com Simone, acesse:

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SUGESTÃO DO EDITOR

NESTE NATAL, DÊ PRESENTES ARAMADOS
ENTRE EM CONTATO COM SIMONE PELO
FACEBOOK (Orlando Silveira)

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DEGUSTAÇÃO: Mastigo sem pressa o último desejo. 
Por Orlando Silveira, em "Rapidíssimas"
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2016/11/rapidissimas_24.html#comment-form

POLÍTICA/OPINIÃO: RICARDO BOECHAT



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IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE




PEGOU A CONTRAMÃO

O presidente não faz milagre; não tem e nunca terá
uma varinha de condão para mudar o Brasil,
mas pode contribuir para termos um País melhor

POR RICARDO BOECHAT
ISTO É – 25/11/2016 | 18H

Depois de ter anunciado publicamente em pronunciamento à imprensa de que só nomearia para diretores de agências “pessoas com alta qualificação técnica” e após a aprovação da Lei Geral das Agências, Temer recuou. A temporada das indicações políticas corre solta.

Nesta semana, no Senado, haverá a sabatina dos indicados para os cargos vagos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os futuros barnabés que chegam à Anvisa são: William Dib, ex prefeito de São Bernardo do Campo (SP) e ex deputado federal é apadrinhado pelo PPS e parte do PSDB, e Renato Porto, indicado pelo senador Eunício Oliveira, com o apoio do PMDB.

Como se pode perceber, tem muito blábláblá quando a Presidência da República diz apoiar o projeto de lei que altera as nomeações para conselheiros e diretores das agências reguladoras. Se a Lei Geral das Agências já estivesse aprovada, nenhum dos dois apadrinhados preencheriam na plenitude os critérios de experiência técnica e de gestão, além da formação acadêmica.

O indicado Renato Porto, por exemplo, solicitou que a Anvisa pague os custos de um mestrado que vai iniciar na Fundação Getúlio Vargas, por R$ 25 mil. Teoricamente para alguém ocupar tal função, a pessoa já deveria ter tal formação.

Na nova Lei Geral das Agências, os indicados para diretor terão que ter quatro anos de experiência de gestão, na área do órgão para o qual está sendo indicado, e qualificação acadêmica compatível com o cargo.

Para o público, Temer produz um discurso e na prática realiza outro. Fala num futuro promissor, mas o presente tem práticas que não indicam mudanças. Ele assumiu afirmando que a moral e a conduta ética-política seriam outras, mas a prática privilegia benesses com verbas e cargos.

Michel Temer precisa ter em mente que ele exerce um mandato e por ele será julgado pela história. O presidente não faz milagre; não tem e nunca terá uma varinha de condão para mudar o Brasil, mas pode contribuir decisivamente para termos um País melhor. Uma forma de fazer isso é não usar a tinta de sua caneta para fazer nomeações políticas. Quando age assim, engabela o distinto público.